Cerca de 3 mil mulheres foram abordadas na manhã desta segunda-feira (22), no Terminal Central de Transporte Urbano de Londrina, durante blitz educativa sobre violência doméstica e familiar que contou com a presença de vereadores e de membros da Secretaria Municipal de Políticas para as Mulheres, Delegacia da Mulher, Núcleo Maria da Penha da Universidade Estadual de Londrina (UEL), Tiro de Guerra, governo estadual e sociedade civil organizada. A iniciativa foi parte de uma mobilização realizada em vários municípios do Paraná para marcar o Dia Estadual de Combate ao Feminicídio, instituído pela lei estadual 19.873/2019.
O dia 22 de julho foi escolhido por ter sido a data em que a advogada Tatiane Spitzner foi encontrada morta após sofrer agressões do marido, Luis Felipe Manvailer, e cair do 4º andar do prédio em que morava, no município de Guarapuava, Centro-Sul do Paraná. A violência foi registrada por câmeras de segurança e acendeu o debate sobre crimes dessa natureza. Em junho deste ano, o governador Ratinho Júnior (PSD) sancionou a lei que inclui no calendário oficial do estado o Dia de Combate ao Feminicídio, de autoria da deputada estadual Cristina Silvestre (PPS).
Segundo a presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Câmara Municipal de Londrina (CML), vereadora Daniele Ziober (PP), o objetivo da mobilização desta segunda foi explicar o que é feminicídio crime considerado hediondo desde 2015 , orientar sobre a Lei Maria da Penha e os tipos de violência praticados contra as mulheres, além de apresentar os serviços de atendimento existentes em Londrina. "Essa ação é muito importante para instruir sobre o que é o feminicídio, que ocorre quando a pessoa é assassinada por ser mulher. Também mostramos que há a violência física, o estupro, a violência verbal, patrimonial. As mulheres precisam saber quais são as diferentes formas de violência e como podem buscar ajuda", afirmou a parlamentar, que ajudou na distribuição dos materiais informativos.
Pedidos de socorro - Daniele Ziober relatou que, durante as abordagens, algumas mulheres se emocionaram, disseram viver em situação de violência e pediram ajuda. "Nessa e em outra abordagem que fizemos no início do mês passado, também no Terminal, algumas mulheres falaram baixinho que sofrem violência e perguntaram o que poderiam fazer. Ao instruirmos, entregarmos panfletos e mostrarmos os telefones para os quais elas podem ligar e pedir socorro, conseguimos salvá-las", disse. A mobilização desta segunda contou ainda com a presença do vereador João Martins (PSL).
De acordo com a secretária municipal de Políticas para Mulheres, Nádia Oliveira de Moura, a primeira blitz realizada no Terminal Central atingiu principalmente estudantes, enquanto a desta segunda-feira teve como foco as trabalhadoras. "No dia 7 de junho estivemos no Terminal das 11 às 13 horas e abordamos um público de saída das escolas, estudantes, adolescentes. Em conversa com a Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU), vimos que o horário de maior fluxo é das 7 às 9 horas, período em que encontraríamos as mulheres indo para o serviço. De fato, conseguimos abordar aproximadamente 3 mil trabalhadoras. Todo o material que tínhamos foi entregue. E não vimos nenhum panfleto no chão", afirmou. De acordo com a secretária, a iniciativa terá continuidade com orientações mensais, sempre em locais com grande fluxo de pessoas.
Rede de atendimento Em Londrina, o Centro de Referência e Atendimento à Mulher (CAM) oferta atendimento psicossocial e orientação jurídica às vítimas de violência. Mulheres sob risco de morte e seus filhos são acolhidos na Casa Abrigo, que está localizada em local sigiloso. Além disso, o município conta com a Casa da Mulher, espaço que oferta atividades de caráter formativo, preventivo, terapêutico e profissionalizante.
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Redação Marcela Campos MTB 6229PR Fotografia DP Torrecillas Fotojornalismo