Dados da educação são apresentados a vereadores mirins

Com reivindicações relacionadas a melhorias nas escolas, à sinalização e à implantação de travessias elevadas em vias públicas, além de solicitações de poda de árvores, capina e roçagem, estudantes de escolas públicas e particulares deram início nesta sexta-feira (22) à experiência como vereadores mirins.

Participantes da Legislatura 2019 da Câmara Mirim da Escola do Legislativo da Câmara Municipal de Londrina, os 19 alunos de diferentes séries, do 5º ao 9º ano do ensino fundamental e do ensino médio, também conheceram nesta tarde um pouco mais da realidade da educação em Londrina.

A primeira sessão ordinária do ano da Câmara Mirim contou com a presença de Horácio Utiamada, técnico pedagógico do Núcleo Regional de Ensino; Junior de Jesus, gerente de Matrícula da Secretaria Municipal de Educação; e do vereador Amauri Cardoso, presidente da Comissão de Educação, Cultura e Desporto do Legislativo, que apresentaram números do Censo da Educação 2018 e da rede de ensino de Londrina.

De acordo com o levantamento nacional houve uma queda de 1,3 milhão de matrículas na educação básica (ensinos infantil, fundamental, médio e Educação de Jovens e Adultos - EJA), entre 2014 e 2018 no País. Os dados divulgados em janeiro pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) mostram ainda que em Londrina houve redução nas matrículas das séries finais do ensino fundamental (6º ao 9º ano). Entre os anos de 2005 e 2018 este número caiu de 28.528 para 24.224. Já no ensino médio a queda foi 19.157 matrículas em 2005 para 14.063 em 2018, considerando-se apenas a rede estadual de ensino.

Por outro lado, números divulgados pelo representante do NRE, demonstram que cresceu o número de jovens matriculados em cursos profissionalizantes. Segundo os dados apresentados por Horácio Utiamada, no mesmo período a rede estadual viu o número de matrículas aumentar de 1.033 para 3.155. Para o técnico pedagógico a situação econômica do País tem contribuído para isso, levando os alunos migrarem para os cursos técnicos, que oferecem maior facilidade de entrada no mercado de trabalho. "Muitos outros deixam de estudar para trabalhar e ajudar na renda familiar."

Contramão – Já a realidade na rede de ensino municipal, responsável pelas creches, pré-escolas e anos iniciais do ensino fundamental, é inversa. "O número de alunos desta faixa etária está aumentando na rede pública de Londrina", afirmou o gerente de Matrícula da Secretaria de Educação. Os números apresentados pelo professor mostram que em 2017 a rede recebeu 40.324 alunos. Até esta sexta-feira já haviam sido feitas 43.123 matrículas. "Ao longo do ano deveremos chegar a 45 mil", estimou Junior de Jesus, lembrando que a crise leva as famílias a procurarem escolas públicas, processo que também é estimulado pela qualidade do ensino nas instituições municipais.

"É preciso que nós, vereadores adultos e mirins, analisemos estes dados e nos aprofundemos nas causas dos problemas na tentativa de encontrar soluções", apontou o vereador Amauri Cardoso. O parlamentar reconheceu que a necessidade de muitas famílias utilizarem a mão de obra dos jovens para complementarem a renda familiar além da cooptação deste público pelo tráfico de drogas são fatores determinantes para este processo. "Há que se pensar em políticas públicas para enfrentar o problema", defendeu.



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