Em reunião pública realizada
na tarde desta quarta-feira (11) na Câmara Municipal de Londrina sobre a
"Duplicação da PR-445 e os corredores ecológicos", ambientalistas e autoridades
cobraram medidas do Instituto Ambiental do Paraná (IAP) e do Departamento de
Estradas e Rodagem do Paraná (DER) para diminuir o risco de atropelamentos de
animais na rodovia. As obras de duplicação na zona sul do município, que vão da
região do Jardim Jamile Dequech até o acesso para o distrito de Irerê, começaram
em julho, sem que fossem realizados estudos ambientais prévios exigidos pela
legislação. Segundo a vereadora Daniele Ziober (PP), presidente da Comissão dos
Direitos e Bem-Estar Animal da Câmara, levantamentos mostram que será preciso
construir passagens de fauna sob a rodovia, para que os animais silvestres da
região possam transitar de forma segura e os motoristas não se envolvam em
acidentes.
Convidado a falar sobre o
assunto na reunião pública, o gestor ambiental Gustavo Góes, da organização não
governamental Meio Ambiente Equilibrado (ONG MAE), afirmou que o trecho em
duplicação da PR-445 corta uma região considerada Área Prioritária de
Conservação pelo Ministério do Meio Ambiente. Ele explicou que a rodovia está
dentro do corredor ecológico que liga o Parque Estadual Mata dos Godoy ao Rio
Tibagi, área por onde transitam inúmeras espécies ameaçadas de extinção. Ainda
segundo Góes, uma resolução de 2016 do Conselho Estadual do Meio Ambiente (CEMA)
determina que, para a obtenção de Licença Ambiental Simplificada de empreendimentos
viários terrestres, deve ser elaborado um diagnóstico de atropelamentos de
animais silvestres, indicando medidas de diminuição dos impactos. De acordo com
ele, porém, esse estudo foi feito apenas posteriormente ao início da
duplicação, após reunião no Ministério Público do Paraná com integrantes da ONG
MAE, do IAP, do DER e do consórcio responsável pela obra.
O diagnóstico, contratado
pelo consórcio ED. Rod. PR.445, mostrou a necessidade de construção de quatro
passagens de fauna sob a rodovia, mas, segundo Góes, o Departamento de Estradas
e Rodagem teria garantido a implantação de apenas duas. O DER enviou
representantes à reunião pública realizada na Câmara, mas os presentes não
quiseram se manifestar sobre o atual trecho em duplicação da PR-445. O IAP não
mandou representantes. "Encaminharemos requerimento ao IAP e ao DER com
questionamentos sobre o assunto. Queremos saber, por exemplo, se haverá medidas
paliativas para esses pontos em que já não é mais possível fazer a passagem de
fauna, como a implantação de redutores de velocidade e sinalizações. Outra
dúvida é sobre a possibilidade de construção de passagens aéreas para animais
como os gambás, que se deslocam dessa forma na natureza", afirmou a vereadora
Daniele Ziober. A reunião pública desta quarta foi realizada pelas comissões
dos Direitos e Bem-Estar Animal e de Política Urbana e Meio Ambiente da Câmara.
Além de Ziober, estavam presentes os vereadores pastor Gérson Araújo (PSDB),
Amauri Cardoso (PSDB) e Júnior Santos Rosa (PSD).
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